Longa-metragem de estréia do roteirista e diretor americano Kevin Smith, O Balconista causou sensação no cenário independente quando foi lançado, em 1994. Rodado em preto e branco, em poucos dias e a um custo estimado de pouco mais de 27 mil dólares, o filme é um típico exemplo de cine-brodagem, aquele tipo de filme feito entre amigos. Para levantar o dinheiro necessário, o diretor estourou seus cartões de crédito e fez empréstimos em bancos. No final, o faturamento de mais de três milhões cobriu todo o investimento. O roteiro, do próprio Smith, gira em torno de dois colegas, Dante (Brian O’Halloran) e Randal (Jeff Anderson). Eles trabalham na Quick Stop, uma loja de conveniência em um subúrbio de Nova Jersey, cidade natal do diretor. Local que existe de verdade e onde Smith trabalhava entre as filmagens. Tudo acontece em uma manhã de sábado e Dante precisa lidar com uma série de problemas, além dos clientes que eles gostam de provocar, seja discutindo filmes ou outras temas da cultura. Sem falar que ele tem um jogo de hockey marcado para o início da tarde. O pior de tudo é que ele nem deveria estar trabalhando naquele dia. O estilo de Smith passa a impressão de ser inteiro improviso. A espontaneidade com que os diálogos são ditos pelos atores nos leva a acreditar que não havia um roteiro prévio escrito. Mas, só a impressão. O roteiro é seguido à risca. O Balconista foi premiado em Cannes e em Sundance e colocou o nome de Kevin Smith em evidência. Em tempo: foi feita uma continuação em 2006.
O BALCONISTA (Clerks – EUA 1994). Direção: Kevin Smith. Elenco: Brian O’Halloran, Jeff Anderson, Marilyn Ghigliotti, Lisa Spoonhauer, Jason Mewes, Kevin Smith, Scott Mosier e Al Berkowitz. Duração: 92 minutos. Distribuição: PlayArte.
Uma resposta
Tens razão, por vezes parece até que não existe roteiro algum. Estamos ali, simplesmente, como pura magia, acompanhando a loja e suas personagens – tamanha naturalidade dos diálogos e interação do elenco.