O cineasta Barbet Schroeder nasceu no Irã, se radicou na França e é mais conhecido pelos filmes que fez nos Estados Unidos. Ao longo de sua carreira, seus filmes, sejam os de ficção ou os documentários, sempre primaram por temas polêmicos. Não é diferente em O Advogado do Terror, documentário que ele dirigiu na França, em 2007, sobre o famoso advogado Jacques Vergès. O título do filme já diz tudo. Vergès é notório por defender terroristas, tiranos e criminosos de guerra. Entre as ilustres figuras defendidas por ele estão Klaus Barbie, Slobodan Milosevic e Carlos, o Chacal. Schroeder estrutura sua obra de maneira acadêmica. Há aqui a tradicional coleta de depoimentos aliada a uma estrutura narrativa em três atos, ou defesas, bem distintas da carreira do advogado. Isso não invalida nem um pouco a importância deste documento filmado. A trajetória de Vergès é intrigante o bastante para prender nossa atenção. Ouso até dizer que o filme poderia ser mais longo (existe uma versão na França com quatro horas de duração). Vencedor do prêmio César em sua categoria, O Advogado do Terror mostra fatos que muitos de nós se recusam a acreditar. Como pode alguém defender uma pessoa que supostamente não mereceria defesa? Schroeder não procura resposta a esta pergunta. E nem é preciso. No final, cada um de nós tem a resposta.
O ADVOGADO DO TERROR (L’Avocate de la Terreur – França 2007). Direção: Barbet Schroeder. Documentário. Duração: 137 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.
