Martin Ritt, ao longo de 40 anos de carreira, construiu uma filmografia sólida e rica em questões de cunho social e histórico. Norma Rae, por exemplo, que ele dirigiu em 1979, retrata a luta de uma mulher, vivida por Sally Field, que batalha por melhores condições de trabalho na pequena cidade de Hinleyville, no sul dos Estados Unidos. A ação se passa durante o verão de 1978. Norma é mãe solteira e mora com os pais. Todos são empregados da indústria têxtil local. Há muitos pontos positivos no roteiro de Irving Ravetch e Harriet Frank Jr. O maior deles é dar voz a uma mulher. Algo raríssimo em produções hollywoodianas. Norma, apesar das pressões que sofre e dos perigos que corre, não desiste de sua luta para montar um sindicato na região. Não se trata de uma luta pessoal. Ou melhor, é pessoal sim, porém, visa também um benefício para todos que trabalham e são explorados pela fábrica. Ritt, com firmeza e sensibilidade, dá espaço para que Sally Field brilhe neste papel que mudou sua carreira e garantiu seu primeiro Oscar como atriz principal.
NORMA RAE (Norma Rae – EUA 1979). Direção: Martin Ritt. Elenco: Sally Field, Beau Bridges, Ron Leibman, Pat Hingle, Gail Strickland, Noble Willingham e Grace Zabriskie. Duração: 110 minutos. Distribuição: Fox.
