Quem acompanha a filmografia do cineasta norte-americano Oliver Stone, sabe que ele tem algumas obsessões. Uma delas diz respeito à história recente do seu país. É o caso, por exemplo, de Wall Street, Nascido em 4 de Julho e JFK, para citar apenas três. Essa mesma abordagem se faz notar em Nixon, de 1995. Aqui, o roteiro escrito pelo próprio diretor junto com Stephen J. Rivele e Christopher Wilkinson, abraça cerca de sete décadas da vida de Richard Nixon, ex-presidente dos Estados Unidos, vivido por Anthony Hopkins. Ao lado dele, outros dois atores se destacam: Paul Sorvino, no papel de Henry Kissinger, e Bob Hoskins, como J. Edgar Hoover. Quem me conhece ou acompanha minhas resenhas sabe que não gosto de cinebiografias que abarcam um longo espaço de tempo. Defendo que uma vida é grande demais para caber em um filme. Sei que existem exceções. Bem poucas. E Nixon não faz parte delas. Estruturado como um extenso flashback, tudo começa com a ação que resultou no escândalo de Watergate. Mas preciso fazer uma ressalva: Stone consegue “vender” muito suas obsessões. Podemos, e devemos, sempre, contestar e duvidar do que nos é mostrado em suas obras. No entanto, não há como negar o talento dele para compartilhar sua polêmica visão de mundo.
NIXON (EUA 1995). Direção: Oliver Stone. Elenco: Anthony Hopkins, Joan Allen, Powers Boothe, Ed Harris, Bob Hoskins, E.G. Marshall, David Paymer, David Hyde Pierce, Paul Sorvino, Mary Steenburgen, J.T. Walsh, James Woods, Kevin Dunn, Annabeth Gish e Tony Goldwyn. Duração: 192 minutos. Distribuição: Buena Vista.
