O roteiro de Na Linha de Fogo, escrito por Jeff Maguire, passeou por Hollywood durante quase dez anos até cair nas mãos de Clint Eastwood, que convidou o alemão Wolfgang Petersen para dirigi-lo. Na trama, somos apresentados ao agente do serviço secreto, Frank Horrigan, que guarda um trauma da fatídica tarde de 22 de novembro de 1963 quando, caso tivesse tido coragem, poderia ter salvado a vida do então presidente Kennedy. Seu antagonista é Mitch Leary, vivido por John Malkovich, um ex-agente da CIA que decide assassinar o presidente dos Estados Unidos. Sabendo da fraqueza de Horrigan, ele desenvolve um jogo gato e rato, o que faz com que muitos pedaços de unha sejam roídos ao longo do filme. Falar de Clint é quase uma perda de tempo, ele é o que os americanos costumam chamar de larger than life. Em bom português, ele é maior que a vida. Seu estilo frio, inflexível e enigmático fez escola. Horrigan, apesar de todas as camadas de gelo, consegue passar emoção vibrante e intensa com os olhos em pequenas cenas, aparentemente deslocadas, mas, coesas com o resultado final. Petersen, ao assumir a direção de Na Linha de Fogo, se inspirou em Hitchcock e não poderia ter tomado decisão melhor. Ele conduz a trama de maneira segura, envolvente e mantém nossos olhos bem abertos e atentos o tempo todo.
Uma resposta
Mitch Leary está nos meus Top 10 de vilões.