O cineasta japonês Hiroshi Inagaki começou sua carreira como ator infantil nos anos 1920, quando atuou em diversos filmes mudos dos primórdios do cinema produzido no Japão. Sua estreia como diretor aconteceu quando ele tinha 22 anos. Uma idade muito incomum para os padrões nipônicos. Dentre os muitos filmes que dirigiu, Inagaki será sempre lembrado por sua obra máxima: a Trilogia Samurai. Baseada no épico Musashi, um dos maiores heróis nacionais da Terra do Sol Nascente, escrito por Eiji Yoshikawa, a adaptação do roteiro ficou por conta do próprio diretor, junto com Hideji Hôjô e Tokuhei Wakao. Composta pelos filmes Samurai: O Guerreiro Dominante (1954, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro), Morte no Templo Ichijoji (1955) e Duelo na Ilha Ganryujima (1956), acompanhamos Musashi, interpretado pelo grande Toshiro Mifune, em sua jornada. Na primeira parte, durante uma guerra civil, o jovem guerreiro sonha com as glórias militares, mas, acaba se tornando um fugitivo. Ele conhece um monge que lhe ensina a usar uma espada e se torna um samurai. No segundo filme, Musashi busca seu crescimento espiritual e retorna à sua cidade para desafiar o melhor espadachim da região. Na terceira e última parte, ele aceita o desafio proposto por seu maior rival e fica dividido entre sua luta como samurai e a decisão de trabalhar como um simples camponês. A saga de Musashi tem todos os elementos que os americanos costumam chamar de “maior que a vida” e Inahaki a conduz com a reverência e a grandiosidade que ela merece. Não se deixe assustar pela duração de cinco horas dos três filmes juntos. Tenha certeza de uma coisa: você não sentirá o peso do tempo.