Ninguém esperava que Steven Spielberg fizesse um filme como Munique. Não parecia seu ambiente natural. Um diretor acostumado a realizar filmes de aventuras juvenis e dramas edificantes não tinha experiência em lidar com um tema tão delicado. Com roteiro escrito por Tony Kushner e Eric Roth, baseado no livro A Hora da Vingança, de George Jonas, o filme começa mostrando uma tragédia real: o atentado terrorista contra os atletas israelitas, nas Olimpíadas de Munique, em 1972. Por conta disso, o Mossad (unidade do serviço secreto do governo de Israel), é acionado para encontrar e executar os culpados pelo atentado. Um único agente fica encarregado da missão, Avner (Eric Bana). Munique chama primeiro nossa atenção pelo apuro técnico. A seqüência inicial mistura imagens de arquivo com imagens feitas para o filme de maneira soberda. Spielberg, trabalhando com sua equipe-padrão de colaboradores: Janusz Kaminski na fotografia, Michael Kahn na montagem e John Williams na trilha sonora, mantém a tensão constante durante toda a narrativa. Não seria exagero afirmar que este talvez seja o filme mais maduro, amargo e corajoso do diretor. Munique recebeu cinco indicações ao Oscar (melhor filme, direção, roteiro adaptado, montagem e trilha sonora). Não ganhou nenhum. Mas, foi eleito pelo American Film Institute como o melhor filme americano de 2005.
MUNIQUE (Munich – EUA 2005). Direção: Steven Spielberg. Elenco: Eric Bana, Daniel Craig, Geoffrey Rush, Mathieu Kassovitz, Ciarán Hinds, Mathieu Amalric, Gila Almagor e Hanns Zischler. Duração: 163 minutos. Distribuição: Universal.
Uma resposta
Munique é um Spielberg surpreendente. E imperdível!