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MORANGOS SILVESTRES

Poucos cineastas conseguiram entender e retratar a alma humana como o sueco Ingmar Bergman. Sua extensa filmografia, principalmente a partir da segunda metade dos anos 1950, comprova isso. Bergman, também autor de seus roteiros, nunca era superficial. Suas histórias costumam abordar temas complexos, que são tratados com profundidade, porém, imageticamente e estruturalmente bem construídos, o que proporciona sempre uma obra cinematográfica repleta de belezas e riquezas simbólicas incomparáveis. O filme Morangos Silvestres é o mais próximo de um road movie que Bergman poderia realizar. Nele acompanhamos o Dr. Isak Borg (Victor Sjöström), que se dirige à Universidade de Lund para receber um título honorário. No trajeto, ele relembra as alegrias e tristezas de sua vida. Pesadelos recorrentes trazem à tona a proximidade da morte, além de lembranças e escolhas feitas no passado. Frio e isolado de todos, Borg é um velho no sentido mais amplo da palavra. Não é só seu corpo que está marcado pela passagem do tempo. Sua alma envelheceu muito mais. Na verdade, Bergman fez uso do filme para exorcizar alguns fantasmas de seu próprio passado, principalmente a difícil relação que teve com o pai, aqui representado na figura do professor. Bergman fez isso em quase todos os seus filmes e um diretor que realiza uma obra inteira de autoanálise e mesmo assim consegue tocar a alma das outras pessoas é, no mínimo, um gênio.
MORANGOS SILVESTRES (Smultronstõllet – Suécia 1957). Direção: Ingmar Bergman. Elenco: Victor Sjöström, Bibi Andersson, Ingrid Thulin, Max Von Sydow, Folke Sundquist, Gunnar Björnstrand e Bjorn Bjelvenstam. Duração: 95 minutos. Distribuição: Versátil.

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