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MONA LISA

A sinopse que constava do material de divulgação dizia se tratar de “um filme sobre uma canção, sobre um quadro, sobre uma mulher, sobre homens, e as imagens que eles fazem das mulheres, as histórias que eles precisam contar para eles mesmos, para mantê-las místicas, insondáveis, qualquer coisa que não seja real”. Mona Lisa, terceiro longa dirigido pelo cineasta irlandês Neil Jordan, nos foi apresentado assim quando de seu lançamento em 1986. Escrito pelo próprio diretor junto com David Leland, o filme nos apresenta George (Bob Hoskins), um ex-presidiário que é contratado como motorista de Simone (Cathy Tyson), uma prostituta de luxo. Aos poucos, aquela relação de trabalho ganha outros contornos e ele se vê ajudando-a na procura por uma amiga sumida dela, ao mesmo tempo em que a defende de clientes e se descobre apaixonado. “Às vezes o amor é um estranho e perverso jogo”, diz a frase do cartaz. Há em Mona Lisa, elementos clássicos do film noir. Independentemente de a história se passar em Londres, cenário pouco comum para esse tipo de trama, temos aqui uma espécie de detetive, uma dama fatal, gângsteres, o submundo do crime e o uso dramático da iluminação. Apesar de ser um filme colorido, suas cores são saturadas e reforçam o clima pesado do que vemos em cena. Bob Hoskins, em estupendo desempenho à frente do elenco, recebeu naquele ano diversos prêmios de atuação. A estreante Cathy Tyson não fica muito atrás e sua pouca experiência é utilizada pelo diretor a favor de sua personagem. E não podemos nos esquecer da canção In too Deep, do Genesis, composta e cantada por Phil Collins que é ouvida na metade do filme quase como um videoclipe e bastante integrada à narrativa. A ótima repercussão obtida por Mona Lisa abriu as portas de Hollywood para Neil Jordan e para Bob Hoskins, que até foi indicado ao Oscar de melhor ator por esse papel e perdeu para Paul Newman em A Cor do Dinheiro, de Martin Scorsese. E cá entre nós, não é todo dia que temos uma obra assim produzida por um beatle, George Harrison, e que contou com a consultoria de Ringo Starr, outro membro daquela famosa banda de Liverpool. Em tempo: a canção que dá título ao filme é cantada por Nat King Cole.

MONA LISA (Inglaterra 1986). Direção: Neil Jordan. Elenco: Bob Hoskins, Cathy Tyson, Michael Caine, Robbie Coltrane, Clarke Peters, Sammi Davis, Kate Hardie e Zoë Nathenson. Duração: 104 minutos. Distribuição: Versátil.

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