O roteirista e diretor belga Lukas Dhont, em pouco mais de uma década lidando com audiovisual, realizou cinco curtas e dois longas. O segundo deles, Close, de 2022, o projetou mundialmente em festivais de cinema e lhe deu mais destaque ainda após ser indicado ao Oscar na categoria de melhor filme internacional. A ideia para roteiro veio do quadro We Two Boys Together Clinging, algo como Nós Dois Meninos Juntos Grudados, do pintor britânico David Hockney, que se inspirou em um verso da obra Folhas de Relva, do poeta estadunidense Walt Whitman. A história gira em torno de dois grandes e inseparáveis amigos, Leo (Eden Dambrine) e Remi (Gustav De Waele), ambos de 13 anos. A amizade é bruscamente interrompida quando eles iniciam as aulas e os colegas percebem a forte intimidade que os dois possuem. Essa separação acaba provocando uma mudança radical na rotina de Leo, que precisa lidar com uma nova realidade em sua vida. Close é aquele tipo de filme que te pega de surpresa em seu turbilhão de emoções e nos faz refletir sobre uma série de posturas impostas por pessoas que na maioria das vezes, ou na totalidade delas, dão palpites e emitem opiniões completamente fora de hora e sem finalidade alguma, a não ser o de defender um comportamento dito normal ou padrão. Dhont, com precisão e sensibilidade, apoiado por uma dupla de jovens estreantes, nos conduz por esse triste ritual de passagem de uma infância inocente para uma vazia e difícil vida adulta.
CLOSE (Bélgica/Holanda/França 2022). Direção: Lukas Dhont. Elenco: Eden Dambrine, Gustav De Waele, Emilie Dequenne, Léa Drucker, Kevin Janssens, Marc Weiss, Igor van Dessel e Léon Bataille. Duração: 104 minutos. Distribuição: O2 Play.
