O cineasta irlandês Neil Jordan vinha de dois sucessos seguidos: Traídos Pelo Desejo e Entrevista Com o Vampiro. Poderia, então, levar adiante qualquer projeto. Ao invés de se acomodar, preferiu o caminho mais difícil, porém, mais autônomo. Jordan decidiu contar a história de um herói de seu país. Nasceu aí Michael Collins: O Preço da Liberdade, que ele escreveu e dirigiu em 1996. Collins, vivido pelo ator Liam Neeson, é o fundador do IRA, sigla em inglês para Exército Revolucionário Irlandês. A história começa em 1916, quando o exército britânico sufoca por completo os rebeldes irlandesas que lutavam contra o Governo. Collins estava entre os poucos que sobreviveram e adota, a partir daí, uma postura bem radical para enfrentar os ingleses. Jordan é aquele tipo de diretor que rende mais quando filma em sua terra natal. E, principalmente, quando tem controle sobre o próprio material, como é o caso aqui. Afinal, ele já havia escrito o roteiro doze anos antes. A narrativa imprimida pelo diretor acompanha a vida de Collins durante um período que vai de 1916 até 1922. Um ponto interessante no filme é a maneira como ele dialoga com o presente. Michael Collins: O Preço da Liberdade, é um grande filme que foi pouco visto quando estreou nos cinemas. Este permite que esta lacuna seja preenchida.