O cineasta norte-americano Barry Levinson, como muitos de sua geração, iniciou a carreira no audiovisual trabalhando como roteirista. Depois de um tempo assumiu também a direção e em boa parte de seus trabalhos exerceu as duas funções, tanto na TV como no cinema. Em Mera Coincidência, de 1997, ele se limitou a dirigir o roteiro escrito por David Mamet e Hilary Henkin, adaptado do livro de Larry Beinhart. A premissa não poderia ser mais atual. Tudo começa a poucos dias da eleição e o presidente dos Estados Unidos (Michel Belson) se vê envolvido em um escândalo sexual. Óbvio que isso poderá prejudicar sua reeleição. Para desviar a atenção da opinião público, um dos assessores (Robert De Niro), contrata um produtor de Hollywood (Dustin Hoffman) para criar uma “distração”. Levinson sempre foi reconhecido como um ótimo diretor de atores e deve ser verdade mesmo, já que Hoffman e De Niro aceitaram participar do filme de pronto por conta do roteiro e da oportunidade de trabalhar com Levinson. E é visível o bom entrosamento de ambos em cena, bem como o de todo o elenco de apoio. Mera Coincidência foi lançado no final de dezembro de 1997, poucas semanas antes da escandalosa revelação do caso do então presidente Bill Clinton com a estagiária Monica Lewinsky. Teria sido uma “mera coincidência” ou mais uma vez a vida imitou a arte?
MERA COINCIDÊNCIA (Wag the Dog – EUA 1997). Direção: Barry Levinson. Elenco: Dustin Hoffman, Robert De Niro, Anne Heche, Denis Leary, Woody Harrelson, Michael Belson, Willie Nelson, Andrea Martin, Kirsten Dunst e William H. Macy. Duração: 97 minutos. Distribuição: Warner/Prime Video.