Tomás Gutiérrez Alea é o nome mais conhecido do cinema cubano. Ele dirigiu 25 filmes entre 1947 e 1995, um ano antes de sua morte. Sua filmografia é composta por curtas, documentários e ficções. O mais lembrado deles é o premiado Morango e Chocolate, de 1994, que ele realizou junto com Juan Carlos Tabio. Mas foi com a ficção documental Memórias do Subdesenvolvimento, de 1968, que Alea rompeu os limites da ilha. Baseado no romance Memórias Inconsolables, de Edmundo Desnoes, o roteiro foi escrito pelo próprio autor, junto com o diretor. O filme nos mostra o dia-a-dia de Cuba no inícios dos anos 1960. Através do olhar e da narração de Sérgio (Sergio Corrieri), tomamos contato com a rotina decorrente da revolução promovida por Fidel Castro. Ele está sozinho em Havana, depois que sua mulher e seus pais migraram para os Estados Unidos. E é este momento de solidão que move a história. A maneira como Alea aborda a questão é, ao mesmo tempo crítica e romântica. Visivelmente influenciado pela Nouvelle Vague Francesa e pelo Neorrealismo Italiano, a câmera nos conduz por personagens fictícios que interagem com personagens reais. Porém, a integração entre realidade e ficção é tão perfeita que não temos como distinguir um do outro.
MEMÓRIAS DO SUBDESENVOLVIMENTO (Memorias del Subdesarrollo – Cuba 1968). Direção: Tomás Gutiérrez Alea. Elenco: Sergio Corrieri, Daisy Granados, Eslinda Núñez, Omar Valdés e René de la Cruz. Duração: 97 minutos. Distribuição: VideoFilmes.
Uma resposta
Para ver e rever e rever continuamente!