Costumam dizer que nada acontece por acaso. Será? O acaso muitas vezes pode bagunçar com a vida de qualquer cidadão comum. É isso que acontece com o jovem universitário e maratonista Babe, vivido por Dustin Hoffman no eletrizante Maratona da Morte. Ninguém poderia supor que uma simples briga de trânsito fosse envolvê-lo em uma conspiração internacional e fazê-lo prisioneiro do fugitivo nazista Christian Szell, papel de Laurence Olivier. Seguidor da melhor tradição do policial americano dos anos 1970, este filme dirigido pelo experiente John Schlesinger é baseado no livro escrito por William Goldman, que foi responsável por sua adaptação para cinema. Não há nada melhor que uma boa história como ponto de partida para uma produção cinematográfica. Se essa história for bem dirigida e contar com um elenco inspirado então, estaremos diante de uma pequena obra-prima. Tudo isso está presente em Maratona da Morte, com um destaque mais do que especial para os desempenhos soberbos de Hoffman e Olivier, dois grandes atores de formações artísticas bem distintas. Existe uma conversa entre eles, confirmada nos extras do DVD por Hoffman que é mais ou menos assim: Os dois estavam no mesmo vôo de Nova York para Los Angeles e Hoffman estava com uma cara de quem não dormia há alguns dias. Olivier perguntou a razão. Ele respondeu que estava sem dormir porque se preparava para uma cena do filme que assim o exigia. Nisso Olivier perguntou de volta porque ele simplesmente não representava. Maratona da Morte além desse duelo de atuações, traz uma das mais originais seqüências de perseguição do cinema e ainda aumenta sobremaneira nosso medo natural de ir ao dentista.