Dizer que Charles Chaplin é um gênio e um dos grandes mestres do cinema é quase um clichê. Se alguém ainda duvida, basta assistir ao filme Luzes da Ribalta, seu último trabalho rodado nos Estados Unidos. Chaplin sempre incomodou muita gente em Hollywood e tinha um inimigo perigoso no governo americano, o todo-poderoso diretor do FBI, J. Edgar Hoover, que aproveitou uma viagem do artista a Londres para revogar seu visto de entrada no país. Chaplin se mudou então para a Suíça e somente vinte anos depois retornou à América para recebeu um Oscar honorário pelo conjunto de sua obra. Luzes da Ribalta pode ser considerado seu testamento artístico, sua última obra-prima. A história se passa em Londres, em 1914. Calvero (Chaplin), é um velho comediante que fizera muito sucesso no passado. Tudo muda quando ele salva uma jovem, Thereza (Claire Bloom), de uma tentativa de suicídio. Ela sonhava se tornar uma bailarina e com as pernas paralisadas, teve que abandonar seu sonho. Calvero promete ajudá-la e, a partir daí, se estabelece uma relação de ajuda mútua entre o ex-palhaço e a quase futura dançarina. Luzes da Ribalta comporta muitos gêneros e muitas interpretações. Há um pouco de tudo aqui: drama, comédia, romance e tragédia. Além de dirigir e atuar, Chaplin produziu o filme e compôs sua trilha sonora, que foi premiada com o Oscar da categoria em 1972, ano de seu lançamento nos Estados Unidos. Como se tudo isso não bastasse, Luzes da Ribalta é marcante também por reunir pela primeira e única vez dois dos maiores comediantes do cinema em todos os tempos: Charles Chaplin e Buster Keaton. O que vou escrever agora é um clichê, mas, infelizmente, não existe outra maneira de dizê-lo: este filme é imperdível.
LUZES DA RIBALTA (Limelight – EUA 1952). Direção: Charles Chaplin. Elenco: Charles Chaplin, Claire Bloom, Nigel Bruce, Buster Keaton, Sydney Chaplin e Norman Lloyd. Duração: 137 minutos. Distribuição: Warner/Versátil.
Respostas de 2
Luzes da Ribalta sim, é imperdível!… e com todos os clichês, Marden… magníficos clichês!
Realmente é imperdível… acho este um dos melhores falados do Chaplin, atrás talvez de apenas de O Grande Ditador.
Muito bacana assistir Chaplin junto com Buster Keaton… infelizmente só assisti A General dele, mas gostei do que vi.