Três anos depois do lançamento de Roma: Cidade Aberta, de Roberto Rossellini, filme-marco do movimento neorrealista italiano, um outro filme chamou a atenção do mundo: Ladrões de Bicicleta, de Vittorio De Sica. Antes de trabalhar como diretor, De Sica era mais conhecido e desfrutava de grande popularidade por conta de sua atuação em comédias. Os filmes que passou a dirigir eram completamente diferentes dos que ele havia feito como ator e isso pegou o público de surpresa. Em Ladrões de Bicicleta estamos na Itália pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani) está desempregado. Todo os dias ele sai com seu filho Bruno (Enzo Staiola) para procurar emprego. Surge então uma oportunidade de trabalho, porém, é preciso que o empregado tenha uma bicicleta. Antonio tem uma e conquista a vaga. No entanto, algo inesperado acontece. A bicicleta é roubada. Pai e filho iniciam então uma incansável busca pelas ruas da cidade à procura do importante veículo de trabalho. A câmara de De Sica não perde um momento sequer. Sempre atenta, ela mostra de maneira intensa todo o desespero de Antonio, algumas vezes filtrando isso pelo olhar do pequeno Bruno. Além disso, o diretor aproveita para fazer uma sutil crítica ao domínio maciço, já naquela época do cinema americano. O trabalho de Antonio consiste em pregar cartazes de cinema. De Sica foi um dos três percursores do Neo Realismo, ao lado de Rossellini e Luchino Visconti. Ladrões de Bicicleta não é apenas um dos maiores representantes deste movimento italiano. É também um dos mais importantes filmes da história do cinema.
LADRÕES DE BICICLETA (Ladri di Biciclette – Itália 1948). Direção: Vittorio De Sica. Elenco: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell, Gino Saltamerenda, Vittorio Antonucci, Giulio Chiari e Elena Altieri. Duração: 93 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Filme incrível!
Uma das mais significativas para mim (de todos os filmes que já vi) é a dos meninos no restaurante, fascinante!