Filmes com elencos estelares costumam significar “muita cobertura para pouco recheio”. Claro que existem exceções e Julgamento em Nuremberg, dirigido em 1961 por Stanley Kramer, é uma delas. Kramer vinha do sucesso de O Vento Será Tua Herança, filme de tribunal realizado no ano anterior, quando assumiu a produção e direção deste novo trabalho. O roteiro de Abby Mann, premiado com o Oscar, conta a história de um juiz americano, Dan Haywood (Spencer Tracy), que é convocado para conduzir o julgamento de quatro juízes alemães. Eles são acusados de terem usado o cargo para facilidade algumas ações do governo nazista contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A sessão de julgamento, como o título já antecipa, acontece na cidade de Nuremberg, na Alemanha. Na defesa dos acusados, o jovem advogado Hans Rolfe (Maximilian Schell, vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante por este papel). Kramer conduz este drama de tribunal com sua competência habitual, auxiliado aqui por uma montagem mais do que precisa de Frederic Knudtson. Mas, apesar de tudo isso, Julgamento em Nuremberg não seria o mesmo sem a qualidade de seu elenco. Todos estão perfeitos, para dizer o mínimo. De quebra, os fãs de Jornada nas Estrelas poderão conferir a participação de William Shatner, cinco anos antes de ele assumir a personagem do Capitão Kirk.
JULGAMENTO EM NUREMBERG (Judgement at Nuremberg – EUA 1961). Direção: Stanley Kramer. Elenco: Spencer Tracy, Burt Lancaster, Marlene Dietrich, Judy Garland, Maximilian Schell, Richard Widmark, Montgomery Clift e William Shatner. Duração: 187 minutos. Distribuição: Silver Screen.
