Uma das situações mais apreciadas por Alfred Hitchcock era a de colocar um homem comum em uma situação incomum. Boa parte de sua filmografia explorou essa premissa. Intriga Internacional talvez seja um dos melhores exemplos de utilização dessa estrutura. Na trama, Roger Thornhill (Cary Grant), um publicitário de Nova York, é confundido com George Kaplan, um agente do governo. Ele passa a ser perseguido por espiões estrangeiros liderados por Philip Vandamm (James Mason). Enquanto foge e tenta sobreviver, se envolve com a misteriosa Eve Kendall (Eva Marie Saint). Nada parece fora do lugar nos filmes dirigidos por Hitchcock. Não existem gorduras. Pode fazer um teste. Tente tirar alguma cena, qualquer uma, e você verá que ela faz falta. Seu senso de espaço, tempo e ritmo são impecáveis. Intriga Internacional é um de seus filmes mais populares e possui duas seqüências icônicas do cinema: Roger fugindo de um pequeno avião e a luta no Monte Rushmore (aquele onde foram esculpidos os rostos de quatro presidentes americanos). O título original faz referência a uma fala de Hamlet. Alguns estudiosos classificam este filme como precursor do estilo adotado pela série do agente James Bond, que teve início três anos depois. Preste atenção nos créditos de abertura e na precisa trilha sonora composta por Bernard Herrmann.