Quanto se mistura preconceito racial com provas circunstanciais, isso costuma gerar erros judiciais irreparáveis. Foi o que aconteceu com o pugilista Rubin “Hurricane” Carter. Em 1966, prestes a conquistar o Cinturão de Ouro no boxe, foi preso acusado de um triplo assassinato e permaneceu na cadeia por quase 20 anos. O filme Hurricane: O Furacão, dirigido pelo veterano Norman Jewison teve seu roteiro escrito por Armyan Bernstein e Dan Gordon, inspirado no livro de Rubin Carter, Sam Chaiton e Terry Swinton. Fica evidente, desde o início, a inocência de Carter, vivido soberbamente por Denzel Washington. Também fica claro que o boxeador foi vítima, em grande medida, de perseguição por conta da cor de sua pele. Além da visível falta de sorte de estar no lugar errado na hora errada. Durante o período em que esteve preso Carter recebeu o apoio de muitos artistas, entre eles, Bob Dylan, que compôs a contundente Hurricane em sua homenagem. A sina do boxeador injustamente condenado só começou a mudar quando o jovem negro Lesra (Vicellous Shannon), após ler o livro que relata o ocorrido, se convence da inocência do ídolo. Com a ajuda de seus mentores, Sam (Liev Schreiber) e Lisa (Deborah Kara Unger), o caso é então reaberto e Rubin Carter finalmente é julgado novamente. Hurricane: O Furacão é um filme que toma partido e defende seu posicionamento com força e convicção. E diante dos fatos relatados, tomou o partido certo.
HURRICANE: O FURACÃO (The Hurricane – EUA 1999). Direção: Norman Jewison. Elenco: Denzel Washington, Deborah Kara Unger, Vicellous Shannon, Liev Schreiber, Josh Hannah, Dan Hedaya, Clancy Brown, David Paymer, Debbi Morgan, Harris Yulin e Rod Steiger. Duração: 124 minutos. Distribuição: Buena Vista.
