O americano John McNaughton iniciou sua carreira em 1984, quando realizou o documentário Dealers in Death, algo como “comerciantes de morte”. Dois anos depois, ele dirigiu Henry: Retrato de Um Assassino, um longa de ficção, com roteiro escrito por ele, junto com Richard Fire, e que tem forte influência de sua veia de documentarista. A inspiração é a vida de Henry Lee Lucas, vivido aqui pelo ator Michael Rooker. Ele, que na infância sofreu abusos os mais diversos por parte de sua mãe, agora, adulto, torna-se um frio e violento assassino de mulheres. Até a chegada de Becky (Tracy Arnold), irmã de seu colega Otis (Tom Towles). Filme marcante, misto de terror e suspense, foi o precursor de uma linguagem mais direta, crua e amoral na abordagem deste tipo de história. Lançado nos cinemas brasileiros somente seis anos depois de seu lançamento nos Estados Unidos, o filme permanecia inédito em DVD. Havia sido lançado apenas em VHS. A Obras-Primas do Cinema, dentro de um box temático intitulado Serial Killers, traz ele, junto com outros quatro títulos. Henry: Retrato de Um Assassino tem um visual aparentemente tosco. Reflexo de seu baixíssimo orçamento de pouco mais de 100 mil dólares. Mas McNaughton faz dessa limitação sua força maior. O fato de o filme ter como base uma história real, aliado ao formato quase documental que o diretor imprime à narrativa, nos passa, no final das contas, uma sensação de realidade e, consequentemente, de pavor, muito maior. Para comprovar isso, basta conferir o documentário O Serial Killer Henry Lee Lucas, que consta do material extra do disco.
HENRY: RETRATO DE UM ASSASSINO (Henry: Portrait of a Serial Killer – EUA 1986). Direção: John McNaughton. Elenco: Michael Rooker, Tracy Arnold, Tom Towles, Anne Bartoletti e David Katz. Duração: 83 minutos. Distribuição: Obras-Primas do Cinema.
