O cineasta francês Claude Berri começou sua carreira trabalhando como ator. Muito rapidamente percebeu que atuar não era seu forte. Migrou para a direção e teve sob seu comando os maiores nomes do cinema de seu país. Ele obteve grande sucesso de público e crítica com as adaptações de Jean de Florette e A Vingança de Manon, ambas realizadas em 1986. Sete anos depois ele adaptou uma das maiores obras da literatura francesa e mundial, Germinal, de Émile Zola. A obra retrata o surgimento dos movimentos grevistas a partir da revolta de um grupo de trabalhadores de minas de carvão, na França do século XIX. Zola é considerado o pai da literatura naturalista e Germinal é seu livro mais conhecido. Berri procurou ser fiel ao espírito do texto original. O filme não nos poupa da miséria em que vivem as personagens principais. Alguns até encontram paralelo com outra obra marcante e contemporânea, Os Miseráveis, de Victor Hugo. No entanto, Germinal é bem mais contundente ainda no painel que traça da sociedade e dos poderosos da época. Contando com um elenco estelar e uma produção requintada, é aquele tipo de filme que primeiro chama nossa atenção por conta da força de suas imagens e depois, nos encanta e envolve por causa das questões sociais que traz para discussão. Em resumo: um bom exemplo de espetáculo com conteúdo.
GERMINAL (Germinal – França 1993). Direção: Claude Berri. Elenco: Gérard Depardieu, Miou-Miou, Jean Carmet, Judith Henry, Jean-Roger Milo, Renaud Danner, Laurent Terzieff, Jean-Pierre Bisson e Anny Duperey. Duração: 160 minutos. Distribuição: Lume.