Natural de Aracati, no Ceará, Armando Praça é cria do Instituto Dragão do Mar, de Fortaleza, onde estudou dramaturgia e direção. Seu longa de estreia, Greta, de 2019, estrelado por Marco Nanini, chamou a atenção quando foi lançado no Festival de Berlim. Desde então, havia uma grande expectativa sobre seu filme seguinte, que chega às telas no início de 2022. Trata-se de Fortaleza Hotel. Com roteiro de Isadora Rodrigues e Pedro Cândido, a obra nos apresenta Pilar (Clébia Sousa) e Shin (Lee Young-Lan), duas mulheres que têm suas vidas cruzadas. A primeira trabalha como camareira e planeja uma grande mudança. A outra veio da Coréia do Sul para buscar o corpo do falecido marido no Brasil. Apesar das diferenças, o destino de ambas se entrelaça em uma jornada de mudanças profundas. Fortaleza Hotel gira em torno da relação que se estabelece entre Pilar e Shin. Nem mesmo a barreira linguística e cultural existente é capaz de impedir a união delas na busca por solucionar problemas específicos que terminaram se misturando. Armando Praça é um cineasta que vai direto ao ponto. Sem muitos rodeios. Ele trabalha, simbolicamente, os ambientes mostrados. O nome do hotel e a cidade onde ele está localizado podem evocar espaço abertos e turísticos. Não é essa a abordagem feita pelo diretor. Os cenários fechados refletem muito do turbilhão emocional de Pilar e Shin e reforçam nossa empatia por elas.
FORTALEZA HOTEL (Brasil 2021). Direção: Armando Praça. Elenco: Clébia Sousa, Lee Young-Lan, Demick Lopes, Larissa Góes, Ana Marlene e Vanderlei Bernardino. Duração: 77 minutos. Distribuição: Vitrine Filmes.
