Fernando Grostein Andrade, cineasta brasileiro radicado em Los Angeles, vem trabalhando com audiovisual desde 2005 em muitas frentes, tanto na televisão como no cinema. Escrevendo, produzindo, fotografando e dirigindo de curtas a vídeos musicais, documentários, episódios de séries de TV e longas. O segundo deles, Abe, de 2019, se passa em Nova York, mais precisamente no Brooklyn e conta a história do menino que dá título ao filme, de 12 anos, que é filho de mãe judia e pai palestino. O roteiro de Jacob Kader e Lameece Issaq apresenta uma situação envolvendo diferentes tradições religiosas e acrescenta a essa fórmula o tempero da culinária brasileira. Abe (Noah Schnapp) conhece o chef baiano Chico (Seu Jorge) e inicia um curso de gastronomia com ele. A cozinha funciona aqui como terreno de pacificação. Trata-se de um espaço para se derrubar as mais diversas barreiras. Afinal, aquela velha expressão “conquistar alguém pela barriga” não existe por acaso. O microcosmo de Abe serve para demonstrar que é possível, com tolerância e respeito, deixar de lado as divergências e focar nas convergências. Quando existe empatia e amor, tudo fica mais fácil.
ABE (EUA/Brasil 2019). Direção: Fernando Grostein Andrade. Elenco: Noah Schnapp, Seu Jorge, Dagmara Dominczyk, Arian Moayed, Mark Margolis, Tom Mardirosian, Gero Camilo e Victor Mendes. Duração: 86 minutos. Distribuição: Netflix.