Yasujiro Ozu, um dos maiores cineastas japoneses de todos os tempos, já havia realizado 34 filmes quando dirigiu Filho Único, sua primeira obra sonora. Ozu sempre explorou relações familiares em suas histórias e quando incorporou a nova tecnologia que permitia o uso de diálogos, não foi diferente. O roteiro, adaptado por Takao Ideka e Masao Arata, se baseia em um conto escrito pelo próprio Ozu. Acompanhamos o drama de uma mãe solteira, que trabalha como operária em uma fábrica, e as dificuldades que ela enfrenta para criar o filho. O tempo passa e este filho cresce e se muda para Tóquio, onde se forma em Medicina. A mãe vai visitá-lo e encontra uma situação bem diferente daquela que imaginava. Já é possível perceber as características que marcaram a filmografia deste cineasta de talento incomparável. O enquadramento baixo, na altura do tatame, e o uso de uma lente de 50 mm, a mais próxima do olho humano, fazem parte de seu estilo. Além de criar um clima bastante intimista. Filho Único, como quase todos os filmes do diretor, nos dá, inicialmente, a impressão de que nada acontece. Para depois, nos fazer enxergar que aconteceu tudo.
FILHO ÚNICO (Hitori Musuko – Japão 1936). Direção: Yasujiro Ozu. Elenco: Chôko Iida, Shin’ichi Himori, Masao Hayama, Yoshiko Tsubouchi, Mitsuko Yoshikawa e Chishu Ryu. Duração: 87 minutos. Distribuição: Versátil.
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