Billy Wilder já havia, de uma certa maneira, tratado de tema semelhante no clássico Crepúsculo dos Deuses, de 1950. Mas, em Fedora, seu penúltimo trabalho, realizado em 1978, a abordagem é mais radical. O roteiro, escrito pelo próprio Wilder, junto com I.A.L. Diamond, tem como ponto de partida uma história criada por Thomas Tryon. Tudo começa com uma morte seguida de funeral em Paris. É lá que o produtor de cinema Barry Detweiler (William Holden) relembra a grande estrela Fedora (Marthe Keller). Um longo flashback nos conduz por esta trama repleta de boas surpresas, e, da mesma forma que Crespúsculo dos Deuses, bastante ácida em relação à Hollywood. Porém, aqui, esta acidez chega a um nível pessoal e bem mais radical. Wilder, então com 72 anos, já não filmava como antigamente. No passado, entre 1942 e 1966, ele manteve a média de quase um filme por ano. No final da carreira esta média aumentou para um filme a cada quatro anos. Mas a idade não diminuiu seu vigor atrás das câmaras. Fedora tem um ritmo impecável, diálogos inspirados e um elenco fabuloso. WIlder enfrentou inúmeras dificuldades durante a produção do filme. E outros problemas surgiram quando de seu lançamento, resultando em pouca visibilidade para a obra. Felizmente, esta lacuna deixa existir agora com esta edição da Versátil, em parceria com a Livraria Cultura.
FEDORA (Fedora – França/Alemanha 1978). Direção: Billy Wilder. Elenco: William Holden, Marthe Keller Hildegard Knef, José Ferrer, Frances Sternhagen, Stephen Collins, Mario Adorf, Michael York e Henry Fonda. Duração: 116 minutos. Distribuição: Versátil/Cultura.
Uma resposta
BILLY WILDER: um Mestre deste calibre merece toda a atenção em toda a sua obra.