O cineasta francês René Allio começou seu envolvimento com as artes cênicas montando cenários para filmes e peças. Ao longo de quase 30 anos de carreira, ele mesclou trabalhos cinematográficos com teatrais, além de algumas óperas e telefilmes. Sua obra mais conhecida tem um título quilométrico: Eu, Pierre Rivière Que Degolei Minha Mãe, Minha Irmã e Meu Irmão. O roteiro, escrito por Pascal Bonitzer, Jean Jourdheuil e Serge Toubiana, foi adaptado de um livro do filósofo Michel Foucault. A história é real e aconteceu no interior da França, no ano de 1835. Somos apresentados ao jovem camponês Pierre Rivière (Claude Hébert), que matou, a golpes de foice, sua mãe (que estava grávida), sua irmã de 18 e seu irmão de sete anos. Allio trabalhou com pessoas simples que vivem no mesmo local onde os crimes foram cometidos. Apesar de o título já antecipar o que acontece no filme, o impacto e a perturbação permanecem. É impossível passar incólume pela narrativa seca, direta e incrivelmente real contada por Allio.
EU, PIERRE RIVIÈRE, QUE DEGOLEI MINHA MÃE, MINHA IRMÃ E MEU IRMÃO (Moi, Pierre Rivière, ayant Égorgé ma Mère, ma Soeur et mon Frère – França 1976). Direção: René Allio. Elenco: Claude Hébert, Jacqueline Millière, Joseph Leportier, Annick Géhan e Nicole Géhan. Duração: 105 minutos. Distribuição: Versátil.