O diretor alemão Uli Edel trabalha com audiovisual desde 1971 e realizou, desde então, quase 40 trabalhos para cinema e televisão, tanto em seu país como nos Estados Unidos. No entanto, uma dessas obras marcou não apenas sua carreira, mas também toda uma geração de cinéfilos mundo afora: Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída. O filme, que completou 40 anos em 2021, teve sua matriz inteiramente restaurada e voltou aos cinemas em exibições especiais. Com roteiro de Herman Weigel, baseado no livro homônimo de Kai Hermann e Horst Rieck, acompanhamos uma história que se passa em Berlim, em meados dos anos 1970. A adolescente Christiane (Natja Brunckhorst) leva uma vida comum e mora com sua mãe e a irmã mais nova. O sonho dela é conhecer uma badalada discoteca. Mesmo sendo menor de idade, ela consegue entrar com a ajuda de uma amiga e acaba conhecendo Detlev (Thomas Haustein), que lhe apresenta o mundo das drogas. Viciada, ela termina por se prostituir para conseguir manter o vício. Temos aqui um filme que beira o documentário, já que Edel conduz sua narrativa de maneira bastante realista. A trajetória da menina Christiane é chocante e extremamente verosímil. Essa “descida ao inferno” é reforçada por um elenco inteiro de atrizes e atores desconhecidos, sem contar os figurantes, que aparecem se drogando de verdade. Esse altíssimo grau de autenticidade já seria motivo mais do que suficiente para justificar uma conferida. Mas há uma outra razão que reforça sobremaneira esse convite: a trilha sonora com canções de David Bowie e sua participação especial no filme.
EU, CHRISTIANE F., 13 ANOS, DROGADA E PROSTITUÍDA (Christiane F.: Wir Kinder vom Bahnhoff Zoo – Alemanha 1981). Direção: Uli Edel. Elenco: Natja Brunckhorst, Thomas Haustein, Eberhard Auriga, Peggy Bussieck, Lothar Chamski, Rainer Wölk e Uwe Diderich. Duração: 138 minutos. Distribuição: A2 Filmes.