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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

ESTRADA PERDIDA

Esquisito é o adjetivo mais recorrente quando se trata dos filmes realizados pelo cineasta americano David Lynch. Ele estreou dirigindo curtas em 1966. Onze anos depois ele dirigiu seu primeiro longa, Eraserhead. Porém, foi com O Homem-Elefante, de 1980, um filme até bem comportado para os padrões do diretor, que Lynch ficou conhecido. Lynch é um artista que conta suas histórias subvertendo as regras da narrativa. E talvez Estrada Perdida, que ele escreveu junto com Barry Gifford e realizou em 1997, seja seu filme mais “lynchriano”. A trama, se é que podemos chamar assim, gira em torno de Fred Madison (Bill Pullman), um saxofonista que é acusado de ter matado sua esposa Renee (Patricia Arquette). Quando estava à caminho da morte, Fred se transforma em Pete Dayton (Balthazar Getty). E, a partir daí, as coisas só complicam em uma escala surreal cada vez maior. O cinema de David Lynch é daquele tipo que não permite meio-termo. É também daquele tipo raro de filme que não te deixa indiferente. Você pode até não gostar ou não entender. No entanto, aquelas imagens permanecerão contigo. É assim em Estrada Perdida. E uma obra de Lynch não seria a mesma sem Angelo Badalamenti compondo a trilha sonora. Aqui, a música é peça importante de tudo o que vemos em cena. Não é exagero afirmar que o músico deveria levar crédito como co-autor do filme. Cineastas que incomodam e que sempre têm algo a dizer ou mostrar são cada vez mais raros. A filmografia de Lynch é um oásis para quem quer fugir da mesmice.

ESTRADA PERDIDA (Lost Highway – EUA 1997). Direção: David Lynch. Elenco: Bill Pullman, Patricia Arquette, Michael Massee, Robert Blake, Henry Rollins, Michael Shamus Wiles, Robert Loggia e Giovanni Ribisi. Duração: 135 minutos. Distribuição: Versátil/Cultura.

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