Segunda incursão do diretor Gus Van Sant ao universo, digamos assim “acadêmico”, Encontrando Forrester foi bastante criticado por ser parecido com Gênio Indomável. Realmente, existem semelhanças, porém, a “pegada” é um pouco diferente. Desta vez acompanhamos a história de Jamal (Rob Brown), um jovem de excelente memória e grande conhecimento literário que sonha ser escritor. No entanto, suas chances se mostram limitadas por sua condição social e pela cor de sua pele. Certo dia, Jamal conhece Forrester, um recluso escritor, tipo J.D. Salinger, autor de um livro só que percebe seu talento e passa a ajudá-lo revisando seus textos e conseguindo uma bolsa de estudos para ele. Van Sant não quer reinventar a roda. Encontrando Forrester se propõe a contar uma história improvável de amizade entre duas pessoas. Nada além disso. Claro que embutido no pacote encontramos algumas questões que são discutidas, tais como: preconceito racial, diferenças sociais, lealdade e ética. No entanto, o diretor consegue passar longe de qualquer caráter doutrinário e apresenta um filme com personagens bem construídas e bem defendidas por seus atores, com destaque especial para Sean Connery que compõe um Forrester cheio de carisma neste que foi seu penúltimo trabalho no cinema, antes de sua aposentadoria.
ENCONTRANDO FORRESTER (Finding Forrester – EUA 2000). Direção: Gus Van Sant. Elenco: Sean Connery, Rob Brown, F. Murray Abraham, Anna Paquin, Busta Rhymes, April Grace, Michael Pitt e Michael Nouri. Duração: 136 minutos. Distribuição: Sony.
Respostas de 4
É um filme aparentemente simples, entretanto, traz consigo todo o drama humano – dos sentimentos nobres aos mesquinhos, como um passeio shakespeariano dentro de um micro-universo [a universidade]. Gosto imensamente da primeira vez em que Forrester sai às ruas: um passeio de bicicleta libertário, por assim dizer.
Por que, meu Deus? POR QUÊ? – Por que esse não foi o último filme de Sir Connery? Por que ele tinha que fazer A Liga Extraordinária?
Eu me pergunto a mesma coisa, Glauber. Sir Connery merecia um final de carreira melhor.
Impressionante o roteiro deste filme, não perde o fio e é sempre intenso, gosto muito. sensacional. João Paulo