Charles Chaplin é um dos poucos cineastas que pode agregar o adjetivo “gênio” ao nome. Dono de uma obra composta por mais de 80 títulos divididos entre trabalhos como ator, roteirista e diretor. Seu primeiro grande longa, O Garoto, de 1921, deixou claro seus múltiplos talentos. Em Busca do Ouro, de 1925, é sua segunda obra-prima. Escrito, produzido, dirigido e estrelado por Chaplin, este filme possui uma cena antológica: a famosa dança dos pãezinhos. Sem esquecer da sequência em que Carlitos, personagem imortal criado pelo cineasta, prepara uma bota para o jantar. O perfeccionismo do diretor fez com que esta cena em particular tivesse 63 tomadas, feitas ao longo de três dias de filmagens. O cineasta também consolidou aqui seu estilo único de misturar drama à comédia e utilizar o humor para tratar de questões políticas e sociais. Em Busca do Ouro é Chaplin em estado puro. Um filme que já nasceu clássico, na melhor acepção da palavra. Existem no Brasil duas excelentes edições deste filme: uma avulsa, lançada pela Warner, e outra pela Versátil, que faz parte da caixa com a obra completa do diretor.