O cineasta paulista Carlos Nader assumiu um desafio e tanto: entrevistar Eduardo Coutinho. E, a partir daí, fazer um filme sobre o maior documentarista brasileiro de todos os tempos. O resultado é este Eduardo Coutinho, 7 de Outubro, gravado em uma tarde do dia que consta do título. O filme terminou ganhando uma importância inesperada por conta da trágica morte de Coutinho em fevereiro de 2014. Aqui, Coutinho troca de lugar. Ele, que dominava como poucos a arte da conversa, é o objeto em questão. Uma curiosa e fascinante inversão de papel. O próprio Nader conduz a entrevista, tendo ao fundo a equipe de Coutinho, que acompanha tudo. Com pouco mais de uma hora de duração, tive a impressão durante os 30 minutos iniciais que se tratava de um filme sobre Coutinho dirigido por ele mesmo. E isso não é demérito algum para Nader. Creio até que ele tinha a intenção de se aproximar do estilo do mestre. Coutinho fala de sua obra, de suas escolhas e seu jeito de filmar. É fascinante vê-lo em cena. Mesmo perdendo um pouco o ritmo na metade final, Eduardo Coutinho, 7 de Outubro é um documento único.
EDUARDO COUTINHO, 7 DE OUTUBRO (Brasil 2013). Direção: Carlos Nader. Documentário. Duração: 73 minutos. Distribuição: SESC.
Respostas de 2
Impossível não querer comprar este filme. Ver uma vez é pouco! Rever por diversas vezes, absolutamente necessário.
Seria injusto, incorreto e falso dizer que EDUARDO COUTINHO, 7 DE OUTUBRO se sustenta na morte de Coutinho. Estou de acordo com o Marden ao escrever que “o filme terminou ganhando uma importância inesperada por conta da trágica morte”, entretanto, estamos diante de uma bela entrevista com um dos nossos documentaristas de maior relevância em nossa cinematografia.