Longa de estreia da diretora e roteirista Anna Muylaert, “cria” da TV Cultura, onde participou da equipe de criação e direção de diversos programas, entre eles Mundo da Lua e Castelo Rá Tim Bum. Aqui, acompanhamos o dia-a-dia de Durval (Ary França), um cara meio hippie, solteirão, que ainda mora com a mãe (Etty Fraser) e tem uma loja de discos que dá título ao filme. Ele é “das antigas”. Se recusa a vender CDs. Seu grande “barato” é o vinil, os velhos LPs ou “bolachões”, que ele defende de maneira apaixonada. Tudo vai bem até a chegada de uma menina (Isabela Guasco), que muda completamente a rotina de Durval e sua mãe. Anna Muylaert faz de seu filme uma grande metáfora de nossas vidas, que, assim como um disco de vinil, tem um lado A e um lado B. Seu filme trabalha os dois lados de maneira brilhante e revela uma diretora-roteirista de talento incontestável. É preciso também destacar o elenco, em especial Ary França, que consegue criar uma personagem quase caricatural de maneira complexa e convincente. Durval Discos foi o grande vencedor do Festival de Cinema de Gramado de 2002, com sete Kikitos.
Uma resposta
É um filme que não agrada a todos, especialmente os acostumados a histórias modelo Hollywood, eu gostei bastante, muito poético.