Uma das características do filme noir é a presença de uma femme fatale. Existem outros aspectos também e todos eles fazem parte da trama de Dália Negra, dirigido em 2006 por Brian De Palma. O roteiro, escrito por Josh Friedman, é uma adaptação do romance de mesmo nome de autoria de James Ellroy. Na trama, dois policiais, Bucky (Josh Hartnett) e Lee (Aaron Ackhart), participam nas horas vagas de torneios de boxe. Eles se valem da exposição das lutas para serem promovidos na polícia. No meio dos dois, Kay (Scarlett Johansson), namorada de Lee, completa o triângulo amoroso. Surge então um caso que altera a rotina da dupla. Uma bela jovem, Elizabeth (Mia Kirschner), é encontrada morta. A partir daí, somos conduzidos por uma história cheia de corrupção, falsas aparências e obsessão. De Palma é um diretor apaixonado pela sétima arte e profundo conhecedor de sua força e beleza. Dália Negra é, antes de tudo, um exercício cinematográfico esteticamente perfeito. O cinema consegue nos transformar em confortáveis voyeuristas. E De Palma é um grande mestre nesta arte. Aliás, quase tudo é perfeito neste filme. Mas, existe uma exceção: o roteiro. E se apesar desse “defeito” Dália Negra ainda é uma obra que deve e merece ser apreciada por qualquer cinéfilo, este mérito é todo de Brian De Palma.

DÁLIA NEGRA (The Black Dahlia – EUA 2006). Direção: Brian De Palma. Elenco: Josh Hartnett, Scarlett Johansson, Hilary Swank, Aaron Eckhart, Simon Langton, Fiona Shaw, Mike Starr e Mia Kirschner. Duração: 120 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.