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CRÍA CUERVOS


Existe um provérbio espanhol que diz “cría cuervos y te sacarán los ojos”, que significa em português “cria corvos e eles te arrancarão os olhos”. Além de dar título ao filme, a expressão resume bem a essência dessa obra emblemática na filmografia do cineasta Carlos Saura. Ele, que cresceu em uma família de inspiração artística, primeiro se envolveu com fotografia, antes de abraçar o cinema. Apesar de ter iniciado o curso de Engenharia Industrial, o apelo das artes falou mais alto e ele terminou se formando em Cinema e Jornalismo. Depois, começou a fazer filmes inspirado pelo movimento Neorrealista italiano. Cría Cuervos, que ele escreveu e dirigiu em 1976, e Mamãe Faz 100 Anos, que ele realizou logo depois, são duas de suas obras mais conhecidas. O filme é uma grande metáfora sobre o fim da ditadura de Franco na Espanha. Saura traça um belo paralelo entre a situação política do país, as relações de uma determinada família e a morte. Tudo isso filtrado pelas lembranças de Ana (Geraldine Chaplin quando adulta e Ana Torrent quando criança). Há quem diga que essa foi a fase mais criativa da carreira do diretor, o que faz todo sentido, uma vez que as pressões do Estado exigiam dos artistas da época um “jogo de cintura” maior do que o normal para realizar seus trabalhos sem cair na forte censura do regime opressor. Cría Cuervos ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cinema de Cannes de 1976.
CRÍA CUERVOS (Cría Cuervos – Espanha 1976). Direção: Carlos Saura. Elenco: Geraldine Chaplin, Ana Torrent, Mônica Randall, Florinda Chico, Hector Alterio e Germán Cobos. Duração: 110 minutos. Distribuição: Platina Filmes.

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