Não é todo mundo que gosta de musicais. O argumento mais utilizado é que se trata de um gênero “irreal”, uma vez que ninguém sai por aí cantando. Eu discordo. Duvido que alguém, algum dia, não tenha cantarolado uma música qualquer para expressar um momento de felicidade. O filme Cantando na Chuva fala essencialmente de amor, esse sentimento mágico que faz com que as pessoas cantem de alegria. Além disso, o filme trata também de um momento crucial da história do cinema. Não conheço outra obra que mostre tão bem como foi a transição do cinema mudo para o cinema falado. Neste ponto, o filme dirigido por Stanley Donen e Gene Kelly nos presenteia com uma verdadeira aula ao retratar de maneira ágil, inteligente e engraçada como foram absorvidas pela indústria hollywoodiana as transformações advindas com o som. Sem esquecer, é claro, três momentos de sublime magia que só o cinema é capaz de proporcionar: Donald O’Connor cantando Make ’em Laugh; Gene Kelly cantando na chuva (no caso, uma chuva de água misturada com leite) e a seqüência final com a “dublagem” de Debbie Reynolds. Depois de vê-lo, talvez você continue não gostando de musicais, mas, dificilmente ficará indiferente a este filme.
CANTANDO NA CHUVA (Singing in the Rain – EUA 1952). Direção: Stanley Donen e Gene Kelly. Elenco: Gene Kelly, Debbie Reynolds, Donald O’Connor, Jean Hagen e Millard Mitchell. Duração: 102 minutos. Distribuição: Warner.
Respostas de 3
Dos flmes clássicos mais divertidos e inteligentes. Por causa dele quis aprender sapateado, até fiz umas aulas, lembra?
O filme que me “converteu” aos musicais. Moulin Rouge é um neto deste resultado. Simplesmente qualquer elogio ao filme é pouco. Inevitável.
Um dos filmes da minha vida, concordo plenamente contigo: Quem nunca se viu cantando de felicidade ou tristeza!