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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

BONECA DE CARNE

O cineasta Elia Kazan vinha de uma seqüência de obras fundamentais. Entre 1951 e 1955, ele dirigiu Uma Rua Chamada Pecado, Viva Zapata, Sindicato de Ladrões e Vidas Amargas. Foi nesse período também que ele delatou alguns colegas ao Comitê de Investigações de Atividades Anti-Americanas. Kazan ficou, a partir daí, marcado por este ato. Boneca de Carne, que ele dirigiu em 1956, pertence a um outro período de sua carreira. O roteiro do filme, escrito pelo premiado dramaturgo Tennessee Williams, conta a história de Archie Lee (Karl Malden), um agricultor de algodão de meia-idade, frustrado e falido. Casado com Baby Doll (Carroll Baker), que é bem mais jovem do que ele. Seu grande rival é Silva Vacarro (Eli Wallach), um siciliano seu vizinho que instalou uma máquina para colher algodão. O desespero de Archie faz com que ele tome uma atitude extremada que termina por provocar uma forte reação de Vacarro. Boneca de Carne é tenso, melodramático e carregado de sexualidade. Kazan, que sempre foi um excelente diretor de atores, tira o máximo de todo o elenco. E Eli Wallach, em seu primeiro trabalho no cinema, brilha intensamente. O filme chegou a ser banido pela Legião da Decência, um grupo ligado à Igreja Católica, que o considerou imoral e apelativo.

BONECA DE CARNE (Baby Doll – EUA 1956). Direção: Elia Kazan. Elenco: Karl Malden, Carroll Baker, Eli Wallach, Mildred Dunnock, Lonny Chapman, Eades Hogue e Rip Torn. Duração: 114 minutos. Distribuição: Lume.

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