Carolina Jabor cresceu em um ambiente cinematográfico. Seu pai, Arnaldo Jabor, antes de ser comentarista político de rádio e televisão, teve uma sólida filmografia como diretor de cinema nos anos 1970 e 1980. Carolina começou sua carreira dirigindo clipes musicais, shows e episódios de séries de TV. A estreia em longas aconteceu em 2014 com Boa Sorte. O roteiro, escrito por Jorge Furtado e seu filho Pedro, se baseia em um dos contos do livro Tarja Preta, de autoria do próprio Jorge. A história nos apresenta o jovem João (João Pedro Zappa), que é internado em uma clínica psiquiátrica. Lá, ele conhece Judite (Deborah Secco), dependente química e HIV positivo. João ainda não sabe qual é seu lugar no mundo. Judite, por seu vez, tem uma postura muito diferente. Do encontro inusitado dos dois, nasce uma amizade e um “tipo” de amor. Boa Sorte não se “entrega” fácil. A diretora conduz sua narrativa com criatividade, segurança e sensibilidade. Apesar da maneira como encerra o filme, que poderia ter sido diferente. Mesmo assim, não tira os muitos méritos que a obra tem. Além disso, Deborah Secco, que emagreceu mais de dez quilos para o papel, é uma atriz talentosa e corajosa em sua interpretação. E o novato João Pedro Zappa também não decepciona, bem como o elenco de apoio de “luxo”, composto por Cássia Kis Magro e Fernanda Montenegro.

BOA SORTE (Brasil 2014). Direção: Carolina Jabor. Elenco: Deborah Secco, João Pedro Zappa, Pablo Sanábio, Felipe Camargo, Gisele Fróes, Cássia Kis Magro, Enrique Diaz e Fernanda Montenegro. Duração: 90 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.