Existem diretores que possuem uma assinatura e são chamados de cineastas. Há também aqueles dirigem corretamente, mas não deixam uma marca. Existem os que desenvolvem um estilo e chamam a atenção por isso. E há os que ficam presos a esse estilo. O diretor britânico Steve McQueen começou sua carreira como escultor. Depois passou a dirigir curtas e ganhou destaque por conta do impactante Fome, de 2008, sua estreia em longas. Cinco anos depois ele ganhou o Oscar de melhor filme com 12 Anos de Escravidão. McQueen desenvolveu um jeito próprio de contar histórias e isso marcou suas primeiras obras. No entanto, se tornou refém dele próprio. É o que vemos em Blitz, que ele escreveu e dirigiu em 2024. O filme nos uma história que se passa em Londres, no início dos anos 1940, quando a cidade sofreu inúmeros bombardeios nazistas. Para proteger seu filho George (Elliott Heffernan), de nove anos, Rita (Saoirse Ronan) o envia para o campo. Só que o menino decide sair do trem e inicia uma viagem de volta em meio ao caos da guerra. Blitz não é um filme ruim. Longe disso. Porém, fica evidente a “prisão” onde McQueen se encontra. Se você tiver visto seus outros trabalhos, tanto no cinema como na televisão, perceberá a “reciclagem” de cenas já utilizadas anteriormente. Alguns autores desenvolvem determinados temas de maneira recorrente em suas filmografias. Não é o caso aqui. Mas volto a frisar, Blitz não é um filme ruim. É apenas cheio de lugares-comuns.
BLITZ (Inglaterra/EUA 2024). Direção: Steve McQueen. Elenco: Saoirse Ronan, Elliott Heffernan, Harris Dickinson, Benjamin Clémentine, Paul Weller e Stephen Graham. Duração: 120 minutos. Distribuição: Apple TV+.