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BLADE RUNNER: O CAÇADOR DE ANDROIDES

“O homem fez o homem à sua imagem e semelhança. Agora o problema é seu”! Que frase boa para chamar a atenção de alguém para ver um filme. Melhor ainda quando este filme oferece em um mesmo pacote quatro fatores importantíssimos: 1) É dirigido por um visionário do gênero (Ridley Scott, que havia acabado de dirigir Alien: O 8º Passageiro); 2) Tem um ator carismático no papel principal (Harrison Ford, no auge da carreira); 3) O roteiro inspira-se em um excelente livro de ficção-científica e; 4) Um orçamento generoso (foi na época o mais caro filme produzido no gênero). Blade Runner: O Caçador de Andróides, terceiro trabalho de Scott, é baseado em Do Androids Dream of Eletric Sheep? (algo como Os Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?), de Philip K. Dick, publicado em 1968. O livro é bastante diferente do filme. Nele, a ação se passa no ano de 1992, em San Francisco, não em 2019, em Los Angeles. A Terra se recupera de uma guerra nuclear que extinguiu todos os animais do planeta. Os humanos mais ricos foram morar em colônias espaciais, os menos afortunados ficaram e vivem agora em um mundo caótico, poluído e super povoado, enfrentando constantes chuvas ácidas e uma sensação de noite eterna. Deckard é um funcionário da Polícia de San Francisco, casado com Iran e que antes da guerra tinha uma ovelha de estimação. Quando oito androides Nexus 6 fogem para a Terra, ele é convocado para caçá-los e só aceita o trabalho por causa da recompensa. Ele planeja comprar uma ovelha elétrica. Em 1969, o estreante Martin Scorsese tentou levar a história para a tela grande, sem sucesso. Muito poderia ser escrito sobre Blade Runner. Os spinners e os diversos artefatos criados por Syd Mead, os cenários futuristas desenvolvidos por Lawrence Paull e David Snyder, a trilha sonora composta por Vangelis, a direção de Ridley Scott, o desempenho de todo o elenco, o roteiro de Hampton Fancher e David Peoples, a fotografia de Jordan Cronenweth, os efeitos especiais de Douglas Trumbull, a montagem de Terry Rawlings, a produção de Michael Deeley e todas as implicações que este trabalho conjunto gerou no entendimento dos cinéfilos ao redor do mundo. É difícil encontrar dois fãs com a mesma visão. Cada um entende o filme ao seu modo, e não adianta argumentar. Existem cinco versões do filme. 1) O primeiro corte do diretor; 2) A versão do estúdio, lançada em 1982, com a narração de Deckard; 3) A primeira versão do diretor, sem a narração e com o final diferente; 4) A segunda versão do diretor com um novo tratamento de cor e 5) A versão definitiva do diretor (que Ridley Scott jura ser a última) com um novo tratamento de cor e algumas poucas imagens adicionais. Todas essas versões fazem parte da edição especial lançada em DVD e Blu-Ray. Blade Runner é um dos filmes mais influentes das últimas décadas. Basta observar o que foi produzido a partir de 1982, não só em filme, mas também em histórias-em-quadrinhos. Alguns exemplos: RoboCop, O Cavaleiro das Trevas (HQ de Frank Miller), os dois primeiros filmes da série Batman (de Tim Burton), Chuva Negra (do próprio Scott), O Quinto Elemento, Juiz Dredd (HQ e filme), O Exterminador do Futuro, Estranhos Prazeres, O Corvo e a série Matrix. Blade Runner é um clássico genuíno que resistiu ao teste do tempo e influenciou outras obras. Além de tudo isso, é um autêntico filme de autor, cheio de pequenos detalhes que só quem o viu repetidas vezes e com bastante atenção é capaz de detectar na totalidade e sentir o que ele realmente é: uma experiência única.
BLADE RUNNER: O CAÇADOR DE ANDRÓIDES (Blade Runner – EUA 1982). Direção: Ridley Scott. Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Brion James, Daryl Hannah, Edward James Olmos, James Hong, Joanna Cassidy, Joe Turkel, M. Emmet Walsh, Morgan Paull e William Sanderson. Duração: 117 minutos. Distribuição: Warner.

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Respostas de 8

  1. Chegue atrasado no trabalho, no compromisso marcado, na escola. Sim, a comida pode esfriar, o leite ferveu e ficou derramando, alguém toca a campainha… [que espere, então]. Estou assistindo Blade Runner. “I need your magic”.

  2. O filme é um Cult, um Clássico da Ficção Científica e a grande paixão cinematográfica do Marden. Não conheço ninguém que passe duas horas falando desse filme com tantos detalhes e com tamanho entusiasmo que prenda a tua atenção como ele. Beijokas.

  3. Adquiri a versão final do diretor e é sensacional ver as imagens, cores e som com tanta qualidade. Blade Runner para mim já é um filme clássico que nunca será datado, pois acho que seu grande valor está na complexidade das relações e nos questionamentos quanto à existencia (ou o fim dela).
    Gostaria de ouvir o Marden falando horas sobre esse filme, certamente seria uma aula! Porque não organizam um evento do tipo: “Venha assistir Blade Runner com o Marden!” Pode cobrar caro o ingresso e reserva o meu!

  4. Mr. Marden:

    1 – Se me permite uma sugestão, acho legal vc colocar junto com esse post um link para a sua postagem de out 2006 sobre os bastidores do filme que achei tão interessante quanto…

    http://cinemarden.blogspot.com/2006/10/blade-runner-histria-por-trs-do-filme.html

    2 – De fato a influência vai mais longe e mais fundo do que podemos perceber… uma das músicas que mais gosto do rock nacional anos 80 chama-se Anabella e a banda são OS REPLICANTES e isso é só a ponta do iceberg

    3 – Harrison Ford foi em sua carreira o piloto espacial HANS SOLO, o aventureiro INDIANA JONES e o policial “Blade Runner”, WOWS isso sim são personagens marcantes. Já a SEAN YOUNG me corrija se estiver falando besteira… nasceu para o papel da replicante RACHEL, e se fez alguma coisa mais legal eu não lembro.

    4 – Como eu venho lá do Blog-Cemitério B1B até aqui fugindo da horda zumbi só pra ler e comentar, não posso esquecer da “MALDIÇÃO BLADE RUNNER”, aquela que diz que as empresas que aparecem no filme faliram como ATARI, PAM AM, BELL e por muito pouco a própria COCA…

    5 – Geralmente quando eu vejo um filme que acho muito legal que veio de um livro, eu vou lá e leio. Estranhamente nunca fui atras do original desse filme, mas agora tá decidido “ELETRIC DREANS” acabou de entrar na minha lista de natal.

    intepz,

    JOPZ

  5. Washington, eu dei duas palestras sobre o filme em 2007, quando ele completou 25 anos. Uma na Curitiba do Estação ou outra na Video Um. Quem sabe repetimos a dose ano que vem, no aniversário de 30 anos. E Jonatan, eu já tinha colocado no link logo depois da ficha técnica. Valeu!

  6. Provavelmente o melhor filme do Ridley Scott. Realmente ele resistiu ao tempo, o que prova que só bons efeitos especiais não conseguem salvar um filme. Precisa-se do conteúdo e de um bom roteiro… coisas que Blade Runner tem.

    Acho que vou revê-lo pela quinta vez agora!

    Abraços.

  7. Depois de ter lido sobre Blade Runner no seu blog e de ter visto uma miniatura da viatura futurista do filme, achei um dvd da versão do diretor e não resisti! Não é, ainda, o box comemorativo, mas já dá pra matar a saudade.

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