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BABEL

A falta de comunicação já resultou na produção de inúmeros livros e filmes. Este tema foi explorado em duas trilogias magistrais: uma realizada pelo sueco Ingmar Bergman e outra pelo italiano Michelangelo Antonioni. Em Babel, do mexicano Alejandro González Iñárritu, a questão da incomunicabilidade é o foco do filme. O roteiro de Guillermo Arriaga, escrito a partir de uma ideia dele próprio junto com o diretor, é o projeto mais ambicioso da dupla. Eles haviam trabalhado este mesmo tema numa escala menor em Amores Brutos, de 2000. Depois, ampliaram um pouco o escopo com 21 Gramas, de 2003. Babel, feito em 2006, expande os conflitos por três continentes, estabelecendo conexões entre eles. O casal Richard (Brad Pitt) e Susan (Cate Blanchett) viajam pelo interior do Marrocos dentro de um ônibus. Enquanto isso, duas crianças locais, Ahmed (Said Tarchani) e Youssef (Boubker At Et Caid) brincam com o rifle do pai e disparam um tiro. A arma foi um presente de um japonês (Koji Yakusho), que tem uma filha surda (Rinko Kinkuchi). A bala disparada pelo rifle atinge Susan, que deixou os filhos sob os cuidados de uma babá mexicana (Mónica Del Carmen) que tem problemas com o filho (Gael Garcia Bernal). O ponto que liga todas estas histórias é a dificuldade de comunicação entre as pessoas. O título do filme não poderia ser mais apropriado. Babel, apesar da pretensão em abranger personagens, culturas e lugares tão distantes um do outro, consegue superar alguns obstáculos do roteiro e fechar com certa coerência. Iñárritu e Arriaga discutiram muito durante a produção e terminaram brigados, acabando assim com uma parceira das mais criativas que já durava quase dez anos.

BABEL (Babel – França/EUA/México 2006). Direção: Alejandro González Iñárritu. Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Gael Garcia Bernal, Mónica Del Carmen, Koji Yakusho, Elle Fanning, Said Tarchani, Rinko Kinkuchi e Boubker At El Caid. Duração: 142 minutos. Distribuição: Paramount.

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Respostas de 2

  1. Recentemente fiz uma maratona do Alejandro Iñárritu, e pude perceber que seus filmes são sobre pessoas à beira do abismo, sempre. Ele também deixa passar uma dúvida sobre destino versus aleatoriedade, creio que isso seja um dilema pessoal dele. E gosto muito de Babel pela conexão de mundos dentro de um mundo. Ele corre o risco de não saber se reinventar após sua fase madura (agora com O Regresso), mas fez do primeiro ato de sua carreira uma primorosidade.

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