O cineasta norte-americano Richard Linklater já havia usado a rotoscopia antes em Acordar Para a Vida, de 2001, e O Homem Duplo, de 2006. Trata-se de um processo que transforma imagens reais em animação. Em Apolo 10 e Meio: Aventura na Era Espacial, de 2022, ele utiliza novamente essa técnica. O roteiro, do próprio Linklater, vai ao ano de 1969, em Houston, no Texas, período mais efervescente da disputa entre Estados Unidos e União Soviética pela conquista das viagens ao espaço. O jovem Stan, de 14 anos, é selecionado para participar do programa especial da NASA. Temos aqui duas linhas narrativas que seguem isoladas e se misturam também. Há a história de Stan que é contada a partir da narração dele próprio mais velho. Ao mesmo tempo, Linklater pontua tudo com as lembranças de sua infância na sua Houston natal. E essa talvez seja a parte mais interessante de Apolo 10 e Meio que nos é mostrada pelo filtro do olhar do diretor de maneira saudosa e carinhosa, mas também crítica, para seu passado e para o mundo de então.
APOLO 10 E MEIO: AVENTURA NA ERA ESPACIAL (Apollo 10 ½: A Space Age Adventure – EUA 2022). Direção: Richard Linklater. Animação. Duração: 97 minutos. Distribuição: Netflix.
