Apesar de ter sido feito 15 anos antes, Anastácia: A Princesa Esquecida é uma espécie de continuação de Nicholas e Alexandra. Explicando melhor, o filme do cineasta russo Anatole Litvak se baseia na peça de Marcelle Maurette e Guy Bolton, adaptada para cinema por Arthur Laurents, e conta a história da última sobrevivente dos Romanov. A ação se passa em Paris, nos anos 1920. Tudo tem início quando Anna Koreff (Ingrid Bergman, em seu primeiro filme americano depois de uma temporada de seis anos na Itália) é impedida de cometer suicídio por Bounine (Yul Brynner), um general russo exilado. Anna sofre de amnésia e ficamos sabendo do plano de Bounine. Ele quer que todos acreditem que a jovem desmemoriada é na verdade a filha de Nicholas II, o último czar da Rússia. Trata-se do clássico Efeito Pigmaleão. À medida que Anna é “treinada” para se tornar Anastácia, ela, aos poucos lembra de coisas que fazem ela acreditar ser mesmo a própria. Ingrid Bergman, linda e talentosa como sempre, ganhou seu segundo Oscar de melhor atriz por este difícil papel. Anastácia: A Princesa Esquecida tem como maior mérito não entregar soluções fáceis. É esse sentimento de dúvida que faz com que as lacunas sejam preenchidas por nós, espectadores. Sinal de que o diretor e o roteirista acreditavam na inteligência e sensibilidade do público.
ANASTÁCIA: A PRINCESA ESQUECIDA (Anastacia – EUA 1956). Direção: Anatole Litvak. Elenco: Ingrid Bergman, Yul Brynner, Helen Hayes, Akim Tamiroff, Martita Hunt, Sacha Pitoëff, Ivan Desny, Natalie Schafer e Karel Stepanek. Duração: 105 minutos. Distribuição: Fox.