Almas à Venda, escrito e dirigido pela cineasta francesa Sophie Barthes, poderia muito bem ter sido feito pelo americano Charlie Kaufman. A premissa lembra muito as obras do roteirista de Adaptação e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. Longa de estreia de Barthes, Almas à Venda conta a história de Paul Giamatti, vivido pelo próprio ator. Ele está muito cansado após uma longa série de ensaios da peça Tio Vanya, de Chekhov. Completamente esgotado, ele fica sabendo de um laboratório que pode aliviar o peso de alma de qualquer pessoa. A alma de Giamatti é extraída e ele aluga uma outra no lugar. Tempos depois, ele decide pegar sua alma de volta e descobre que a mesma foi contrabandeada. Com muito humor e boas doses de ironia, Barthes discute questões profundas que abraçam a condição humana. Apesar do inusitado da história proposta. Ela teve a ideia para o filme após um sonho com Woody Allen, no qual descobria que a sua alma parecia um grão de bico. Veio daí o primeiro esboço do roteiro. Inicialmente, ela queria Allen no papel principal. Não deu certo. Sobrou para Paul Giamatti, um ator sempre surpreendente e que se supera a cada novo trabalho.

ALMAS À VENDA (Cold Souls – EUA/França 2009). Direção: Sophie Barthes. Elenco: Paul Giamatti, David Strathairn, Michael Tucker, Armand Schultz, Dina Korzun, Michael Tucker, Oksana Lada, Natalia Zvereva e Ted Koch. Duração: 101 minutos. Distribuição: Paramount.