A história de Alice no País das Maravilhas, escrita pelo inglês Lewis Carroll e publicada em 1865, já teve muitas adaptações para teatro, cinema e televisão. A mais conhecida delas é a versão animada produzida pela Disney em 1951. Quase 60 anos depois do desenho, o mesmo estúdio produziu um novo filme, agora com atores. Parecia o melhor de dois mundos. Tim Burton, conhecido por seu estilo peculiar na direção de uma trama carregada de elementos comuns à sua filmografia e estilo. E com Johnny Depp no papel do Chapeleiro Maluco, então. Realmente, parecia que seria perfeito. Bem, não foi bem isso o que aconteceu. A versão 2010 de Alice no País das Maravilhas é visualmente deslumbrante. Tanto que ganhou o Oscar nas categorias de direção de arte e figurino. Não há o que se questionar nesse quesito. Porém, onde realmente importa a obra erra feio. Ela carece de alma, de encantamento. O roteiro de Linda Woolverton insere algumas questões modernas na postura de Alice (Mia Wasikowska), mas, segue boa parte da estrutura do livro original. Ela persegue um coelho branco, entra em um buraco e vai parar no país das maravilhas. Lá encontra seres fantásticos e a ira da Rainha de Copas (Helena Bonham Carter). Como em toda boa jornada do herói, ou melhor, da heroína, cabe a ela salvar aquele mundo mágico. Alice no País da Maravilhas de Tim Burton poderia ter sido o que muitos esperavam dele. No entanto, não cumpriu a expectativa. Infelizmente.
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (Alice in Wonderland – EUA 2010). Direção: Tim Burton. Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Mia Wasikowska, Matt Lucas, Anne Hathaway, Crispin Glover, Michael Sheen, Alan Rickman, Timothy Spall, Lindsay Duncan e Frances de la Tour. Duração: 108 minutos. Distribuição: Buena Vista.
