O cineasta Jonathan Kaplan nasceu na França, mas, fez carreira nos Estados Unidos. Primeiro como ator mirim. Depois, como diretor. Filho de mãe atriz e pai compositor, a arte sempre fez parte de sua vida. Ao longo dos anos 1980 ele foi aquele tipo de diretor “pau para toda obra”. Dentre os filmes que dirigiu neste período, Acusados é o que obteve maior destaque. O roteiro, escrito por Tom Topor, conta uma história forte. Uma história que traz à tona a pergunta: pode uma vítima ser a culpada pela ação que a vitimou? Além desta, existe outra: e quando a ação criminosa recebe o incentivo de um grupo de pessoas? Sarah Tobias (Jodie Foster) está se divertindo em um bar, bebe um pouco mais da conta e dá a entender que quer algo mais. Pelo menos é o que entende um grupo de homens que a estupra. Após este ato violento, Acusados muda seu foco e se transforma em um filme de tribunal. Com uma variante: Sarah não quer apenas que os homens que a estupraram sejam punidos. Ela quer algo mais. Punir também um outro grupo que não a estuprou, mas, encorajou e aplaudiu o ataque. Kaplan não cria malabarismos narrativos. A história sozinha já é dramática o suficiente. Ele se limita a entregar tudo no talento do elenco e nos brinda com desempenhos perfeitos. O destaque vai para Jodie Foster, que ganhou por este trabalho o primeiro Oscar de sua carreira.
ACUSADOS (The Accused – EUA 1988). Direção: Jonathan Kaplan. Elenco: Jodie Foster, Kelly McGillis, Bernie Coulson, Ann Hearn, Steve Antin, Leo Rossi, Peter Van Norden e Tom O’Brien. Duração: 116 minutos. Distribuição: Wonder Multimidia.
Uma resposta
Jodie Foster. Eis um nome que me leva ao cinema em qualquer circunstância: como atriz ou diretora. Aqui, como atriz, ela está brilhante… para dizer o mínimo!