Talvez não exista coisa pior para um artista do que acertar bonito no primeiro trabalho. Muitos passam a chamá-lo de gênio e a cobrança com as obras que vêm depois aumenta consideravelmente. Exemplos não faltam. O de hoje é o cineasta indiano naturalizado americano M. Night Shyamalan. No começo de sua carreira ele chamou a atenção de todos com O Sexto Sentido. Depois, veio uma sequencia de bons filmes, como: Corpo Fechado, Sinais e A Vila. Aí, tudo começou a desandar. Fracasso atrás de fracasso. O diretor perdeu o respeito do público e da crítica. Até este A Visita, de 2015. Costumam dizer que menos é mais em Hollywood. Este filme, que ele escreveu, produziu e dirigiu, custou apenas cinco milhões de dólares. Uma mixaria para os padrões americanos. E o faturamento chegou perto dos 100 milhões. Shyamalan faz uso do recurso do found footage (aquele tipo de filme metido a documentário com imagens feitas com uma câmera na mão e que são achadas por alguém). Uma mãe (Kathryn Hahn) manda seus filhos Becca (Olivia DeJonge) e Tyler (Ed Oxenbould) para passar uns dias com os avós. Quando chegam lá percebem coisas estranhas no lugar. O detalhe curioso é que a mãe saiu de casa há bastante tempo e nunca mais viu seus pais e os netos, por conseguinte, não conhecem os avós. A Visita colocou a carreira de Shyamalan novamente nos trilhos e fez com que ele retomasse o controle criativo de seus trabalhos. Para qualquer artista, não existe coisa melhor do que isso.
A VISITA (The Visit – EUA 2015). Direção: M. Night Shyamalan. Elenco: Kathryn Hahn, Olivia DeJonge, Ed Oxenbould, Deanna Dunagan e Peter McRobbie. Duração: 93 minutos. Distribuição: Universal.
Uma resposta
E depois ele fez o Split, não é mesmo? Bom, né?