A cineasta espanhola Isabel Coixet faz verdadeiramente um cinema de autor. Seus longas lidam sempre com temas como doença e morte. Mas, não pense que seus filmes são deprimentes. Longe disso. As histórias que ela conta são carregadas de uma sutiliza e uma sensibilidade que poucos diretores conseguem exprimir. Em A Vida Secreta das Palavras, que ela escreveu e dirigiu em 2005, somos apresentados a Josef (Tim Robbins) e Hanna (Sarah Polley). Ele trabalha em uma plataforma de petróleo e sofre um grave acidente. Ela termina cuidando dele. Ambos trazem problemas mal resolvidos do passado. Hanna é surda e escuta através de um aparelho. Josef está temporariamente cego. A relação que se estabelece entre os dois é, ao mesmo tempo, complementar por conta de suas deficiências e, também, quase espiritual, por conta da dor que carregam. Coixet conduz sua trama com delicadeza e traz à tona uma profunda reflexão que tem relação direta com o título do filme. A Vida Secreta das Palavras não se limita a contar uma história, o que faz de maneira brilhante. Ele também desperta questionamentos. E isso faz toda a diferença.