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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

A ÚLTIMA TEMPESTADE

Chamar o galês Peter Greenaway de cineasta seja limitador diante dos múltiplos talentos desse notável artista. Em 1991, dois anos depois do enorme sucesso de público e crítica de O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante, talvez seu trabalho mais popular e acessível, Greenaway nos brinda com este A Última Tempestade, uma bela e radical visita à obra de William Shakespeare. No caso, a inspiração aqui é a derradeira peça escrita pelo bardo inglês. A ação acontece em torno de Próspero (John Gielgud), que é banido de Nápoles e vive agora em uma ilha com Miranda (Isabelle Pasco), sua filha. Lá, ele passa a nutrir fortes desejos de vingança e, ao mesmo tempo, enfrenta seus fantasmas do passado. Tudo se complica quando Miranda se apaixona por Ferdinand (Mark Rylance), um dos inimigos de seu pai. A Última Tempestade é um espetáculo visual dos mais deslumbrantes. Dito isso, é quase uma obviedade em se tratando de uma obra de Peter Greenaway. No entanto, convém frisar, temos neste trabalho o uso de uma tecnologia nova na época, câmaras japonesas HDTV, que deram ao diretor agilidade para criar maravilhosas colagens de imagens. Em tempo: a produção desse filme era um sonho antigo do ator John Gielgud, que durante muito tempo tentou interpretar no cinema o papel de Próspero. Para sorte dele e nossa, Greenaway abraçou o projeto e realizou mais um tratado artístico de grande beleza, ousadia narrativa, alta qualidade e valor de produção inestimável.

A ÚLTIMA TEMPESTADE (Prospero’s Books – Inglaterra 1991). Direção: Peter Greenaway. Elenco: John Gielgud, Michael Clark, Michel Blanc, Erland Josephson, Isabelle Pasco, Tom Bell, Kenneth Cranham e Mark Rylance. Duração: 124 minutos. Distribuição: Criterion.

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