Talvez não exista acontecimento mais triste para uma pequena cidade do que o fechamento de uma sala de cinema. Infelizmente, no Brasil, isso é algo bastante comum. Um cinema que fecha leva com ele toda emoção provocada pelos filmes que foram e seriam exibidos. Mais que um espaço cultural, a sala de cinema propicia interação. O cineasta americano Peter Bogdanovich sempre foi um estudioso da sétima arte e foi responsável por entrevistas importantes com grandes diretores do passado. Em A Última Sessão de Cinema, o seu filme de estreia e também o mais pessoal, ele conta um drama cheio de surpresas, de maneira franca e direta, com tristeza e amargura, sobre um grupo de jovens que vive em pequena cidade do interior do Texas e vive em uma sociedade extremamente castradora. O catalisador é justamente a sala de cinema e a derradeira sessão antes do fechamento definitivo. Bogdanovich trabalha com um elenco de jovens talentos, entre eles Jeff Bridges, em começo de carreira. Com sensibilidade e um olhar preciso sobre o que aparece em cena, o diretor chegou a ser saudado como o novo “Orson Welles”, por conta da qualidade deste seu primeiro filme. Filmado em preto e branco, A Última Sessão de Cinema é simplesmente precioso.