A roteirista e diretora francesa Coralie Fargeat chamou a atenção quando do lançamento de seu longa de estreia, Vingança, em 2017. A partir daí criou-se uma enorme expectativa em relação ao seu trabalho seguinte. Sete anos depois, A Substância, que teve sua estreia mundial no Festival de Cannes, onde ganhou o prêmio de melhor roteiro, satisfez com louvor a expectativa criada em torno dele. Tudo gira em torno da atriz Elizabeth Sparkle (Demi Moore), uma grande estrela do cinema no passado que hoje apresenta um programa de ginástica na TV. Demitida por conta de sua idade, ela recorre a uma droga experimental que promete criar uma versão mais jovem e melhorada dela própria. Surge então Sue (Margaret Qualley). Só que é preciso seguir rigorosamente algumas regras já que, em essência, Elizabeth e Sue são a mesma pessoa. A Substância é um filme de horror corporal. E nesse quesito, bastante eficiente. Mas não se limita a isso apenas. Fargeat nos apresenta um profundo estudo de personagem por meio das cobranças exigidas pelo estrelado e a busca pela eterna juventude, além de uma severa crítica ao etarismo sofrido especialmente por mulheres. E tudo isso “embalado” por um impressionante apuro visual. Demi Moore há muito não tinha um bom papel no cinema e brilha intensamente aqui tendo ao seu lado Margaret Qualley também em grande momento. Sem esquecer de Dennis Quaid, exageradamente preciso na divertida canastrice de sua interpretação.
A SUBSTÂNCIA (The Substance – Inglaterra 2024). Direção: Coralie Fargeat. Elenco: Demi Moore, Margaret Qualley, Dennis Quaid, Hugo Diego Garcia e Robin Greer. Duração: 140 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.
